Cinema e artes visuais brasileiras se encontram no Inffinito Brazilian Film Festival em Miami


O Brasil marca presença no Inffinito Brazilian Film Festival, em Miami, com duas expressivas participações que refletem a diversidade e a sensibilidade da produção nacional. Nesta sexta-feira (12), será exibido o curta-metragem “Jaz”, escrito por Alexei Waichenberg e dirigido por Liza Gomes, convidado da categoria Hors Concours

Com uma narrativa silenciosa e poética, “Jaz” dispensa diálogos para tratar de temas como afeto intergeracional, escuta e ausência. O filme acompanha o encontro entre um homem mais velho, interpretado por Waichenberg, que se despede de memórias e afetos, e um jovem, vivido por André Loddi, que enfrenta o abandono social. Entre eles, um silêncio repleto de significado.

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“Estar no Inffinito pelo segundo ano consecutivo é um reconhecimento muito especial. Em 2024, tivemos a alegria de conquistar o prêmio de Melhor Curta com “Bodas de Ouro”, que também passou por Cannes e Lisboa. Agora, com “Jaz”, seguimos essa trajetória com uma obra que reafirma nossa busca por um cinema autoral, que valoriza o silêncio, a escuta e a delicadeza das relações humanas”, destaca a diretora Liza Gomes.

Para o roteirista e ator Alexei Waichenberg, “”Jaz” é uma reflexão sobre o tempo e o afeto. É um filme que fala da transmissão invisível de experiências entre gerações, da solidão social que marca tantas vidas, e da possibilidade de encontro mesmo quando tudo parece ausência. O silêncio não é vazio, é um território fértil de sentidos.”

A presença brasileira no festival não se limita ao cinema. O artista Vinicius Amorim apresenta a exposição “Diaphragme”, um trabalho que transita entre fotografia e pintura para criar uma poética visual inspirada nos longas em exibição na mostra competitiva. Cada obra traduz em cores, texturas e gestos as atmosferas dos filmes selecionados, transformando imagens em experiências sensoriais.

“As obras de “Diaphragme” são uma espécie de tradução plástica do cinema. Cada filme da mostra competitiva me atravessou de forma diferente, e busquei transformar essas atmosferas em cor, gesto e intensidade. É como se cada quadro fosse um fotograma expandido, uma memória visual que se torna pintura”, explica Vinicius Ziehe

O festival, que este ano homenageia o ator Reginaldo Faria, reforça a potência do Brasil como produtor de narrativas artísticas que atravessam linguagens e fronteiras. A união entre o cinema de Liza Gomes e a arte visual de Vinicius Amorim reafirma a vitalidade cultural brasileira no cenário internacional.



Matéria publicada no site da GLP4